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UNITA Defende Inclusão de Todos os "Pais da Independência" nas Condecorações

UNITA Defende Inclusão de Todos os "Pais da Independência" nas Condecorações

O presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola, Adalberto Costa Júnior, defendeu um processo de condecorações mais abrangente para reconhecer todas as figuras que contribuíram para a independência do país. Costa Júnior lamentou que questões político-partidárias estejam a "manchar" o processo, que, em sua visão, deveria atribuir a "paternidade da independência" a mais personalidades além de Agostinho Neto.

Adalberto Costa Júnior enfatizou que a recusa em aceitar as condecorações não é uma coerção interna da UNITA, mas sim uma decisão individual de cada convidado. Ele observou que essa recusa não se restringe apenas a membros da UNITA, citando casos de membros do MPLA e da sociedade civil que também declinaram a homenagem.

"Eu vi membros do MPLA recusarem as condecorações e, portanto, se eu estivesse a governar este país, eu prestaria alguma atenção aos argumentos, inclusive dos membros do MPLA, que não aceitam receber. Eu prestaria alguma atenção aos membros da sociedade civil, que não se sentem dignamente honrados para ir receber", afirmou o líder da UNITA.

Para o político, a raiz do problema reside no não reconhecimento de outras figuras importantes na luta pela independência. Costa Júnior argumenta que a Assembleia Nacional se recusou a reconhecer outros "pais da nação", afirmando categoricamente: "Angola não tem um pai da nação, Angola tem três pais da nação."

Ele propõe que a solução seria reconhecer que a luta pela independência antecedeu a formação do Estado angolano formal. Segundo Costa Júnior, é um "erro muito grande" considerar Agostinho Neto distinto dos outros apenas por ter sido presidente, já que a presidência foi precedida por uma luta na qual todos participaram para que a independência se tornasse uma realidade.

"Aquelas participações pela independência têm o mesmo valor", concluiu, criticando o que ele vê como uma "tentativa de manter-nos acima sempre dos outros, um não reconhecimento do papel dos outros, uma posição de arrogância sobre os outros".

Adalberto Costa Júnior expressou o desejo de que Angola possa celebrar os 50 anos de independência em união. "Era tão bonito nós podermos chegar aos 50 anos de independência e estarmos todos unidos e todos juntos", disse ele.

O processo de condecorações já está em sua terceira fase, tendo reconhecido mais de 600 personalidades esta semana por seus contributos ao longo dos últimos 50 anos.
 

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