Activistas angolanos prometem a continuar com os
protestos contra o recente aumento dos preços dos combustíveis e dos
transportes, após a manifestação do último sábado, 12 de julho, em Luanda, ter
sido violentamente reprimida pela polícia, resultando em feridos e detenções.
As ruas da capital angolana foram tomadas por
manifestantes no sábado, expressando a sua insatisfação com a escalada dos
custos de vida. Adilson Manuel, um dos organizadores do protesto, confirmou que
"há registo de, pelo menos, quatro feridos, com cenário preocupante e
grave, que acabaram por ter assistência médica". Além dos feridos, várias
pessoas foram detidas, algumas já em liberdade, e um manifestante permanece
desaparecido.
O Largo do São Paulo foi o ponto de concentração
para o protesto de sábado, onde os manifestantes entoavam cânticos como
"primeiro angolano, segundo angolano e angolano sempre". Cartazes com
mensagens críticas ao governo também eram visíveis, com dizeres como "o
MPLA bebeu todo o petróleo", "a fome mata" e "o teu patrão
está a sofrer", uma alusão às recentes declarações do Presidente João
Lourenço, que afirmou que o povo angolano era "o seu patrão".
Os manifestantes tinham como objectivo marchar até
ao Largo da Maianga, próximo à Assembleia Nacional, mas foram impedidos pela
Polícia Nacional no Primeiro de Maio, Largo da Independência.
A repressão policial gerou desespero entre os
presentes, como Agostinho Kipanda, que lamentou a situação do país.
"Ajudem-nos. A situação do país não está boa. O país está com fome e o
nosso Presidente não está a olhar para esta situação", desabafou.
A persistência dos activistas em continuar os
protestos sugere que a insatisfação popular com a crise económica em Angola
está longe de diminuir. A forma como as autoridades lidarão com as futuras
manifestações será crucial para o cenário político e social do país.
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