Em meio à reta
final do julgamento sobre a tentativa de golpe, presidente apela à sociedade
para pressionar o Congresso, que discute projecto para beneficiar os réus.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo direto à sociedade brasileira
para se mobilizar contra a possível aprovação de uma anistia que beneficiaria
os envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, incluindo o
ex-presidente Jair Bolsonaro. Em conversa com ativistas e moradores em Belo
Horizonte, Lula expressou sua preocupação com a força da extrema-direita no
Congresso e pediu a politização das comunidades para evitar que a medida seja
aprovada. "Se for votar no Congresso, nós corremos risco da anistia",
alertou o presidente.
O
pedido de Lula ocorre em um momento crucial, com as articulações políticas se
intensificando para colocar o projeto de anistia em votação na Câmara dos
Deputados. Nomes próximos a Bolsonaro, como o governador de São Paulo, Tarcísio
Freitas, têm pressionado o presidente da Casa, Hugo Motta, a pautar o tema.
Motta confirmou que não há uma definição, mas admitiu que está "sempre
ouvindo o colégio de líderes nessas pautas".
A
movimentação no Congresso coincide com a fase final do julgamento de Jair
Bolsonaro e de sete de seus aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado.
O procurador-geral da República argumentou que todos convergiram "para o
objetivo comum de assegurar a permanência do Presidente da República na
época".
O
projeto de anistia em discussão propõe uma medida "ampla, geral e
irrestrita", que não apenas beneficiaria os radicais já condenados pela
invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, mas também o próprio
Bolsonaro. O ex-presidente pode ser condenado a mais de 40 anos de prisão.
Após
a fase de oitivas das defesas, o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF)
entrará na etapa de votação. Na próxima semana, nos dias 9, 10 e 12 de
setembro, os cinco juízes da Primeira Turma do STF votarão pela absolvição ou
condenação dos réus. A decisão será por maioria de votos.
Caso
a condenação seja por uma pequena margem, a defesa ainda terá a possibilidade
de recorrer ao plenário do STF, composto por 11 juízes. Os oito réus que
compõem este grupo, chamado de "Núcleo Crucial", são acusados de crimes
graves, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de
Direito, tentativa de golpe de Estado, e participação em organização criminosa
armada.
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