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Comissão Europeia responde a Trump sobre regulação de tecnológicas

 

Comissão Europeia responde a Trump sobre regulação de tecnológicas

A Comissão Europeia defendeu hoje o direito da União Europeia de regulamentar as empresas tecnológicas, uma resposta direta às ameaças do ex-Presidente norte-americano, Donald Trump, que prometeu retaliar contra os países que "atacam as incríveis empresas tecnológicas americanas".

A porta-voz do executivo comunitário, Paula Pinho, enfatizou em conferência de imprensa que a UE e os seus Estados-membros têm o "direito soberano" de regular as atividades económicas no seu território, desde que sejam "compatíveis com os nossos valores democráticos". Pinho sublinhou que a questão da regulação tecnológica não faz parte do acordo comercial com os EUA, tratando-se de temas "distintos".

A posição da Comissão surge após um ataque de Trump na sua rede social, Truth Social. O ex-Presidente acusou a legislação europeia – incluindo impostos digitais, a Lei dos Serviços Digitais e a Lei dos Mercados Digitais – de ser "concebida para prejudicar ou discriminar a tecnologia americana". Ele também afirmou que as leis dão "carta-branca às maiores empresas tecnológicas da China" e prometeu impor "tarifas adicionais substanciais" às exportações de países que adotem tais medidas.

A defesa da Comissão Europeia ocorre num contexto de crescente tensão sobre a regulação do espaço digital. Em agosto de 2024, a UE tornou-se a primeira jurisdição a aplicar a Lei dos Serviços Digitais (LSD), que obriga as plataformas digitais a remover conteúdos ilegais e nocivos. Esta lei visa proteger os direitos dos utilizadores e responsabilizar as plataformas por conteúdos prejudiciais, como a desinformação.

Em novembro de 2022, a Lei dos Mercados Digitais (LMD) entrou em vigor. Esta legislação define uma série de regras sobre o que as grandes empresas tecnológicas, classificadas como "gatekeepers" (controladoras de acesso), podem ou não fazer na UE. O não cumprimento de ambas as leis pode resultar em multas proporcionais à dimensão das empresas.

Apesar das ameaças de Trump, a União Europeia e os EUA confirmaram recentemente um acordo comercial que prevê tarifas sobre vários produtos, incluindo automóveis e produtos farmacêuticos. No entanto, este acordo não aborda as questões de regulação digital, o que reforça a posição da UE de que este é um tema de soberania interna.

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