A junta militar que governa o Mali, liderada pelo
General Assimi Goita, aprovou nesta quinta-feira um projecto de lei que
prorroga o governo do Exército por mais cinco anos, descartando a realização de
eleições no curto prazo. A medida, que concede a Goita um mandato presidencial
não eleito até pelo menos 2030, foi aprovada por unanimidade pelos 131 membros
do parlamento de transição.
O texto do projecto de lei é explícito ao afirmar que
o mandato de Goita poderá ser "renovado quantas vezes forem necessárias",
mesmo sem a realização de eleições. Essa decisão consolida ainda mais o poder
nas mãos do General Goita, de 41 anos, que exerce o poder presidencial desde
agosto de 2020.
Goita chegou ao poder após um golpe militar que depôs
o então presidente Ibrahim Boubacar Keïta. Na época, os militares justificaram
a derrubada alegando a má gestão do governo de Keïta no combate à insurgência
militante islâmica que assola o norte do Mali.
A prorrogação do governo militar por mais cinco anos,
sem previsão de eleições, levanta preocupações sobre o futuro democrático do
Mali e a estabilidade da região.
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